- Davi Redfield escreveu:
- Simplesmente perfeito, Vicent.
Relendo agora, esse negócio de "dois mafiosos" me lembrou vagamente o filme Xeque-mate, não sei se chegou a vê-lo...?
Aguardo ansiosamente a continuação.
Sim Davi XD, foi uma das principais inspirações da fic, aliás foi o que me incitou a fazê-la, claro que houve toda a formulação de um enredo por trás da fic para que ela se distanciasse o máximo possível do filme, mas ainda assim você verá algumas semelhanças rs
Aí vai o segundo cap, sorry pela demora:
Cap 2. Jump In The FireFogo, fogo em toda parte, me cercava feito uma serpente rondando sua presa.
A fumaça preencheu todo o espaço daquela sala vazia, não havia escapatória e tampouco tempo já que meus pulmões começaram a implorar por um ar puro que não existia, meus braços faziam movimentos sem uma lógica ordenada, apenas se esperneavam de um lado para outro tentando por algum oxigênio traquéia abaixo.
Após alguns segundo de agonia veio a aceitação do iminente fim, não havia porque resistir manter-se em pé, aliás não havia como! Meu corpo não mais me obedecia, acabando por padecer e cair duro no chão, ao sentir minhas roupas suadas grudando na minha pele senti um nojo de mim mesmo e tive vontade de gritar, não era possível, não tinha ar para tentar sobreviver e minha garganta sangrava de tão seca.
As chamas usavam o carpete vermelho da sala sem portas para trilhar seu caminho em minha direção... Cada vez mais perto...
Como naquela noite...
Meus olhos abriram muito rápido e demorei alguns instantes para me acostumar com a claridade do ambiente e a mudança de cenário, saia a sala vazia e sem portas de carpete vermelho e entrava um quarto branco com mobílias discretas, um guarda roupa cor creme e um hack de mesma cor com um computador colocado em cima dele, meus pés quase encostavam numa cadeira giratória cor grafite que estava perto da cama em que me deitava.
Não me lembro de como ou porque vim para cá,mas ao virar meus olhos para o lado oposto da cama descobri o motivo: Uma mulher dormia serena, suas costas nuas mostravam as marcas de biquíni em sua pele morena...Deve ter sido uma noite revigorante para nós dois! Não resisti à tentação e comecei a escrever palavras invisíveis em sua pele.
-M-O-R-T-E...S-A-N-G-U-E...O-S-S-O-S...-Ditava para mim mesmo as letras a serem escritas.
Minha diversão acabou quando meu celular começou a tocar, era um dos mais modernos que tinha mas não deixava de ser robusto e pesado, dando a impressão de guardar um pequeno tijolo no bolso.
-Alô?
-Alô? Saint? Aqui é a Jéssica Rose, como vai?
-Contente com um episódio sexual bem sucedido e você?
-Ahn...Eu vou bem! Olha, a Dani pediu pra que você viesse aqui pra mansão imediatamente, seu amigo Deadman está aqui.
-Ahhh, tenho mesmo que ir? – Nem um tempinho para a transa matinal?
-Ela disse que é importante...
-Ok ok, já estou a caminho...Chego em meia hora.
-Ok Saint! Até logo.
E assim desligo meu celular,levanto da cama e procuro por minhas roupas, elas estavam jogadas pelo meio do corredor do apartamento junto com as roupas dela (juro que ainda não lembro o nome dela), primeiro vesti minha roupa íntima e meias, depois a calça jeans e minha camiseta regata branca e por fim minha camisa preta de manga curta.
Fiz uma sucinta análise no local, ela gostava de cores claras pelo visto, pois todo o resto do apartamento seguia o mesmo estilo do quarto, visual “clean” com móveis pouco chamativos e de cores neutras. Uma pequena TV em cima de uma estante em frente de um sofá de dois assentos e uma poltrona com encosto para os pés era o que formava a sala. E ao lado havia uma mesa circular de madeira clara com 4 cadeiras e alguns cadernos em cima dele, acho que ela é universitária ou algo do tipo...Não é importante pra mim no momento.
Não me lembro de trazer o Dodge comigo, provavelmente vim pra cá de táxi...Verifiquei minha carteira que estava no meu bolso e ainda tinha 123 dólares e algumas moedas, voltaria da mesma forma que fui, saí do apartamento sem despedida pois sabia que dificilmente a veria de novo, então porque prolongar as coisas?
Saí do prédio e já senti o frio que fazia nessa manhã nebulosa em Saint Anger, para minha sorte havia um ponto de táxi ao lado do prédio da garota e peguei um em direção à mansão Rose.
-Considere essa pergunta estranha, mas onde estamos?
-Em que bairro você quer dizer? – Perguntou estranhado o taxista de possível origem árabe pelo seu sotaque e aparência.
-Isso- Assenti com a cabeça
-Estamos em Maiden senhor. – Maiden? A última coisa que eu me lembro era estar no distrito central da cidade, fui parar no distrito leste?
-Maiden?...Ahn, pode me levar para Grey Forest?
-Claro senhor- assentiu o motorista bocejando em seguida.
A mansão Rose se localiza no extremo do distrito norte de Saint Anger ( A cidade é dividida em 5 distritos: Norte, Sul, Leste, Oeste e Central).Sem delongas o taxista desceu a avenida principal de Maiden e rumou em direção a ponte que leva a rodovia de ligação entre os distritos norte e leste. Durante todo o trajeto fiquei com a cabeça recostada na janela para tentar descansar um pouco os olhos mas temia ter outro sonho como aquele que me acordou, minha sorte foi poder prender minha atenção na estátua de Saint Anger colocada imponente no meio de uma praça qualquer, se mostrava desgastada com o tempo, mas ainda tinha a grandiosidade de quem representava.
“Saint Anger ficou conhecido por libertar inúmeros judeus de uma região comandada por dois sanguinários reis, ele sozinho se infiltrou na nobiliarquia de ambos os reis até ganhar intimidade suficiente de ambos, feito isso ele matou os dois e fugiu da cidade levando consigo o povo antes oprimido, mas que agora tinha o direito de seguir sua própria vida.Isso é repetido inúmeras vezes em qualquer sala de aula do ensino fundamental da cidade até decorarmos de cor e salteado a história do tal santo. Antes que eu começasse a relembrar de quando tinha de andar com uma navalha para proteger meu dinheiro da merenda no fundamental alcancei meu destino.
-São... 75 dólares- Que facada, dei uma nota de cem e após receber o troco saí do carro.
A Mansão Rose já teve dias melhores, mesmo com sua estrutura bem desenhada no estilo vitoriano faltava apreço para mantê-la em boas condições, a vegetação que não crescia formando uma selva no jardim escalava os pilares de madeira que sustentavam o teto da varanda, a tinta descascava da parede, fazendo uma cor pastel desbotada. Entrando na porta de madeira podre avistei Jéssica sentada em um banquinho com um telefone na mão.
-Ah! Saint! Estava te ligando agora mesmo, venha! Danielle e Deadman estão te esperando.
Cumprimentou-me agitada enquanto me puxava pelo braço até uma porta do lado direito da escada principal do salão, uma pequena salinha com algumas esculturas e pinturas, talvez a coleção de arte do velho Jack, mais outra porta ao lado esquerdo e descemos uma escada que levava à um breu escuro até que Jéssica acendeu uma pequena lâmpada, comecei a ouvir berros de dor, eram incômodos pois eram altos a ponto de você sentir um pouco dessa dor.
-Que gritos são esses?
-Danielle está recebendo visitas! – Disse Jéssica com um sorriso doce e inocente.
Ao chegarmos ao porão encontramos Deadman e Danielle sentados em cadeira assistindo o sofrimento de um homem tendo seu rosto...Derretido? Jéssica não desceu junto comigo, preferiu voltar enquanto não se traumatizou com alguma imagem chocante.
-Vejo que começaram a festa sem mim.
-Isso é o que dá tomar todas e sair pra transar com universitárias- Disse Deadman, então ela era universitária mesmo!
-Você me conhece... -Dei um sorriso malicioso para Deadman.
-Tsc...Homens.-Disse Danielle sem virar os olhos do homem em seu sofrimento.
-É bom te ver também Danielle, mas me digam, quem é nosso convidado de honra?
-Um infiltrado do Sabbath e do Gângster, ele quem disse quando e como o meu pai podia ser assassinado.
-Entendo, falta arrancar mais o que dele?
-Hm? Nada, eu e Deadman fizemos uma aposta para ver quando ele vai morrer, eu apostei que morre em menos de meia hora, ele apostou em um tempo superior a isso...Se você tivesse chegado mais cedo poderia estar dentro da aposta também.
-Ah eu não me arrependo de ter demorado.-Olhei para o homem que ainda se esperneava no chão como um inseto envenenado- Ácido clorídrico?
-Uhum, Megan cursa química no colégio técnico dela, então ela tem acesso a materiais corrosivos – Megan é a irmã caçula dos Roses ainda tem 17 anos mas é extremamente inteligente, sua mãe morreu no parto e até hoje Danielle a culpa por isso.-Ela tem alguma utilidade no final das contas...
-Vocês querem limonada e biscoitos?- Perguntou carinhosa Jéssica com uma bandeja com um prato de biscoitos, 3 copos e uma jarra de limonada gelada.
-Ora Jéssica não seja idiota, não é hora pra...Os biscoitos são de chocolate?-Perguntou Dani
-Uhum
-Bem...Deixe em cima da mesa ali no canto, pegaremos quando acabarmos por aqui.
-Ok!- Acenou positivamente com a cabeça e deixou as coisas numa mesa no canto da sala.
-Tem algum jeito dele sair daí?- Perguntei,o lugar onde o homem estava aprisionado era isolado com vidro, no caso de vazar algum gás tóxico.
-Ei! Mike! Dê a volta e procure por uma garrafa beeeem grande, a chave está dentro dela, mas você deve tirar o líquido de dentro dela- Mike devia sentir tanta dor e desespero que ele não parou para raciocinar o porquê que a Dani diria onde estava a chave para sair dali.
-A chave não está lá certo?
-Está no meu bolso.- Danielle deu um sorriso sádico ao dizer isso.
Mike não perdeu tempo, pegou a maior garrafa que tinha e retirou sua tampa, ele não deve ter visto a plaquinha de “Corrosivo” na garrafa, mas era tarde demais, na primeira gota que caiu sobre seu rosto fez ele berra de dor, ele soltou a garrafa, mas seu conteúdo acabou por banhar seu corpo inteiro, fazendo sua pele corroer muito rápido, o ácido dissolveu primeiro a pele, chegando nos músculos (nessa parte o sangue se junta à mistura) até chegar aos ossos em inúmeras parte do seu corpo (45% do seu rosto ficaram com o crânio exposto).
A esse ponto ele tinha morrido, de uma forma bem dolorosa...
-Ok, deixe-me ver...HÁ, ganhei! – Disse Danielle olhando para seu relógio digital que estava na função de cronômetro.
-Isso foi trapaça sabia? – Disse Deadman com a cara emburrada tirando uma nota de 50 do bolso.
-Passa o dinheiro sem reclamar.-Disse recebendo o dinheiro
-Ok crianças, o recreio acabou, vamos ao que interessa.-Deadman se levanta da cadeira e se espreguiça um pouco. – Não se esqueça dos biscoitos.
Fomos até a biblioteca onde tinha uma mesa circular com 10 cadeiras, lá nós ocupamos um espaço específico e Danielle antes disso pegou um envelope pardo e pôs-se a sentar.
-Ok, eu já suspeitava disso mas graças ao nosso amigo Mike tivemos a confirmação: Sabbath e o Gângster contrataram o assassino que matou Jack Rose, na qual Deadman fez o favor de matar. Aparentemente eles não gostaram de ver meu pai patrocinando as gangues neonazistas que começaram a causar sérios estragos em ambas as organizações, quando souberam que o meu pai estava por trás disso trataram de eliminá-lo. Mike também havia comentado dele carregar algo de extremo valor para os três, mas não pôde dizer o que era...Além do mais nada fora do normal foi encontrado no corpo após a morte.
-Talvez fosse algo de valor sentimental, não sei...Afinal o que ele poderia ter que os dois já não tivessem? – Indaguei
-Pode até ser mas...Isso também não convém discutir, devemos mesmo é resolver o que fazer para acabar com os dois.
-Será difícil matar eles com toda aquela segurança... Sem contar que eles não saem muito de suas casas, e quando saem, vão acompanhados de um enorme comboio de carros blindados. – Comentou Deadman.
-Fato! É descartado um confronto direto. – Disse Danielle. – Por mais que vocês sejam bons no que fazem.
-O que temos então? – Perguntei
-Ora, não é óbvio? – Gesticulou Danielle- Precisamos de um infiltrado lá dentro.
-Isso não é um filme de espionagem Danielle, talvez se acharmos um ponto certo para atirar com um rifle e...
-Espere Saint, Danielle tem razão, pois não se trata de apenas matar os dois, devemos
destruir as máfias pois mesmo após a morte de seu líder alguém pode assumir seu lugar, devemos aniquilar essas organizações como um todo...
-Melhor ainda...
Eles deviam se aniquilar- Disse Danielle pensativa e sorrindo com suas próprias idéias
-Essa garota é astuta feito o pai. – Deadman gesticulou. Eu e Deadman compreendemos o que ela quis dizer, criar um álibi para que eles começassem uma guerra entre si, assim como fizeram com Jack.
- O que podemos fazer?
-Fácil, matamos alguém próximo deles.
-Mas de quem?...
-A esposa do Sabbath é a menos protegida de todas, não gosta de seguranças ao redor dela, conta apenas com um segurança, primo do Gângster, que deve meter com ela num hotel toda noite, mas isso não importa. – Disse Danielle vendo algumas fotos e arquivos do envelope pardo.
-Hmm...Que tal matar o segurança, se passar por um dos guardas do Sabbath e matar ela?
-Hm, pode até ser, mas fique claro que quem irá executar toda a operação será você
-Porque? – Um pouco de excitação e medo me invadiram, era pra valer, não era mais um treinamento.
-Você é a única cara desconhecida, todos das máfias me conhecem, o mesmo para os Rose.-Ele tinha razão, iria começar a vida de assassino com o pé direito! – Mas precisamos de um motivo do porque o Gângster iria querer ela morta.
-Não precisa ser o Gângster, o próprio segurança que é primo dele, podia ter feito isso, muito provavelmente ela tem outros amantes...
-É verdade Saint...Hm, ele mata a mulher após saber que é traído por outros e depois de mata.
-Sim, mas neste caso teríamos de matar ela primeiro! E ela não costuma desgrudar dele em muitos momentos.
-Nestes momentos são quando ela ou está com o marido ou com...É isso! – Levantou da cadeira Danielle.
- O que é?
-Você se passa por amante dela, deixe uma pista para que o segurança suspeite de uma traição e a mate, mas para isso precisa ser uma evidência forte.
-Eu precisaria de algo que comprovasse que ela fez, ou quer fazer – Torço pela primeira opção- Sexo comigo....Hm, eu posso fazer isso.
-Após isso nós matamos ele e forjamos a cena do crime, quando a notícia se espalhar, Sabbath irá ficar puto e vai querer acabar com a raça do Gângster.
-É um plano...Precisamos do itinerário que a esposa dele segue, o esquema de segurança e tudo mais. – Encerrou a reunião Deadman.
-Eu posso falar com uns informantes do meu pai, eles devem ter alguma coisa útil para nós.
-Ótimo, Saint, vá com a Danielle falar com um dos informantes, eu preciso fazer algumas ligações...
-Entendido – Não importava mais se nosso plano tinha alguma falha, ele seria executado custe o que custar, estávamos fazendo tudo aquilo para chegarmos no topo da cadeia alimentar do submundo de Saint Anger.
E quando chegarmos.
Chegaremos pra fazer um belo estrago.